quinta-feira, 8 de abril de 2010

Elaborando um bom Trabalho Escolar

» Não transforme seu trabalho numa simples cópia de livros ou sites.
» Leia o material pesquisado, faça um resumo destacando as principais informações levantadas e escreva um texto com suas próprias palavras.
» Um bom trabalho começa por uma boa capa. Coloque nela todas as informações necessárias, tais como: nome, número, série, nome do professor e da matéria, título do trabalho, data e outras informações solicitadas pelo professor. A estética ajuda muito e causa uma boa impressão, portanto, capriche na organização da capa.
» Cuidado com a redação do trabalho. Faça sempre uma correção com o propósito de corrigir erros ortográficos e gramaticais.
» Peça para algum amigo ou parente para ler seu trabalho. Para você o trabalho pode estar muito bom e claro, mas uma segunda opinião é sempre bem vinda.
» Caso o trabalho seja digitado, procure utilizar fonte arial ou times new roman (tamanho 12). Os títulos e subtítulos podem ser em tamanho 14 e negrito.

ESTRUTURA BÁSICA DE UM TRABALHO ESCOLAR

A estrutura básica de um trabalho escolar deverá compreender: elementos pré-textuais (capa; sumário), textuais (introdução; desenvolvimento; conclusão) e pós-textuais (referência; anexo).

1) CAPA: Deve ser de papel consistente ou simples, sem ilustração ou "embelezamento", composta de:
 Cabeçalho: nome da Instituição de Ensino, da disciplina e do professor responsável.
 Título do trabalho: no centro da folha, centralizado.
 Nome do aluno, série e turma
 Local, mês e ano

2) SUMÁRIO: relação dos assuntos abordados em seu trabalho e distribuição temática. Indica as partes do trabalho, capítulos, itens e subitens, e as páginas em que se encontram.

3) INTRODUÇÃO: Iniciar em folha distinta apresentando o indicativo numérico. Neste item você vai explicar rapidamente do que se trata o trabalho e o que você pretende com ele.
A parte introdutória abre o trabalho propriamente dito, anunciando o assunto a ser abordado.
É necessário delimitá-lo, isto é, indicar o ponto de vista sob o qual será tratado; situá-lo no tempo e espaço; mostrar a sua importância e apontar a metodologia empregada (pesquisa bibliográfica, pesquisa de laboratório, etc).

4) DESENVOLVIMENTO: Também chamado corpo do trabalho, deve apresentar o detalhamento da pesquisa realizada e comunicar seus resultados. O conteúdo pode ser subdividido em capítulos, dentro de uma estrutura lógica com que o tema foi desenvolvido. Deve-se iniciar pelos títulos mais importantes do plano e subdividir cada um segundo o material disponível, em itens e subitens, adotando uma numeração progressiva até o final do trabalho. Esta divisão servirá de base para a realização do sumário.
Exemplo: 2. 2.1 - 2.1.1 - 2.2 - (etc...)

5) CONCLUSÃO: Iniciar em folha distinta. Constitui o ponto de chegada, isto é, deve apresentar a resposta ao tema anunciado na introdução. A conclusão não é uma idéia nova ou um resumo marcante dos argumentos principais, é síntese interpretativa dos elementos dispersos pelo trabalho, suas deduções lógicas, baseadas no desenvolvimento. Retrata seu ponto de vista sobre o assunto, o que você apreendeu.

6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Apresenta-se em folha distinta, título centralizado, elemento obrigatório. Todas as fontes de informação (livro, revista, fita de vídeo, home-page, CD-ROM, etc) utilizadas na elaboração do trabalho devem ser arroladas alfabeticamente em uma lista, digitadas em espaço simples, margeadas à esquerda e separadas entre si por espaço duplo.

7) ANEXOS (quando houver)

Leituras indicadas:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/estrutura-de-um-trabalho-academico/trabalho-escolar.php
http://www.scribd.com/doc/2756853/Como-elaborar-trabalhos-escolares-Daniel-Walker

domingo, 4 de abril de 2010

Apost. 1/2 - As Capacidades Linguísticas da Alfabetização

O desenvolvimento das capacidades lingüísticas de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente e isso ocorre, principalmente, nos anos iniciais da Educação Fundamental.
Sabe-se que os três anos iniciais da Educação Fundamental não esgotam essas capacidades lingüísticas e comunicativas, que se desenvolvem ao longo de todo o processo de escolarização e das necessidades da vida social. Sabe-se, também, que o trabalho a ser feito nesses três anos iniciais não se esgota na alfabetização ou no desenvolvimento dessas capacidades lingüísticas. Mas elas são importantes porque é na alfabetização e no aprendizado da língua escrita que vêm se concentrando os problemas localizados não apenas na escolarização inicial, como também em fracassos no percurso do aluno durante sua escolarização.
Para que uma pessoa possa aprende a ler e a escrever, há alguns saberes que ela precisa atingir e algumas percepções que deve realizar conscientemente.

1. A idéia de símbolo: Capacidade de compreender a ligação simbólica entre letras e sons da fala. Esta não é uma percepção fácil para a criança. A relação entre um símbolo e a coisa que ele simboliza é inteiramente arbitrária, ou seja, a razão da forma de um símbolo não está nas características da coisa simbolizada. Ex.: Cor vermelha no trânsito = instrução PARE; bandeira branca na praia = mar calmo; dedo polegar voltado para cima = tudo bem.
Sugere-se: trazer para a escola exemplos de símbolos: escudos de times de futebol, bandeiras de países, sinais de trânsito, apitos convencionais de guarda de trânsito, gestos convencionais, gestos da língua de sinais manuais dos surdos-mudos, símbolos religiosos, emblemas, amuletos.

2. Discriminação das formas das letras: Capacidade de enxergar as diferenças entre as letras. As letras para quem ainda não se alfabetizou são risquinhos pretos numa página. O aprendiz deve ser capaz de entender que cada um daqueles risquinhos vale como símbolo de um som da fala. O aprendiz precisa discriminar as formas das letras. As letras do nosso alfabeto tem formas bastante semelhantes, por isso, a capacidade de distingui-las exige refinamento na percepção. A criança que não leva em conta conscientemente essas percepções visuais finas não aprende a ler.
Sugere-se: exercícios de desenho de pequenas formas: círculos, traços, cruzes, quadrados, curvas, espirais...
Na escola de antigamente, as crianças preenchiam páginas e mais páginas com linhas verticais enfileiradas, inclinadas, circulozinhos, arquinhos e exercícios e mais exercícios de traçados, antes de começar a alfabetização.
Sem chegar ao exagero, parece haver espaço para o retorno desta prática, pois hoje é comum ver pessoas segurando mal o lápis, colocando torto o papel na mesa, sentando-se errado para escrever, começando o traçado das letras de modo arrevesado (confuso). Cultivar boa técnica na escrita é um valor que merece voltar à moda.

3. Discriminação dos sons da fala: Capacidade de ouvir e ter consciência dos sons da fala, com suas distinções relevantes na língua. Conscientização da percepção auditiva. Identificar através da audição a diferença lingüística de palavras como: fé/pé, faca/vaca. É claro que só será capas de escrever aquele que tiver a capacidade de perceber as unidades sucessivas dos sons da fala utilizadas para enunciar as palavras e de distingui-las conscientemente uma das outras. Sugere-se: criar listas de palavras que começam com o mesmo som, de palavras que rimam, de canções que apresentam repetição de sílabas, tomar uma mesma melodia e cantá-la em diversas sílabas: La-la-la...ta-ta-ta...tum-tum-tum... brincar de telefone sem fio.

4. Consciência da unidade “palavra”: Captar o conceito de palavra. A corrente dos sons que emitimos ao falar é a representação de um sentido, de um conteúdo mental. Sequências de unidades de som correspondem a unidades de sentido ou conceitos.
Quem vai aprender a escrever deve saber isolar, na corrente da fala, as unidades que são palavras, pois essas unidades é que deve-rão ser escritas. Sugere-se: dizer o nome dos objetos que estão à vista. Aprender novas palavras: partes do corpo, profissões, plantas, animais, frutas... localizar a mesma palavra colocada em duas posições diferentes, contar quantas palavras há numa sentença.

5. Organização da página escrita: A organização espacial da página deve ser estabelecido logo no início do trabalho de alfabetização. A idéia de que a ordem significativa das letras é da esquerda para a direita na linha e que a ordem significativa das linhas é de cima para baixo na página. Isso precisa ser ensinado, pois dessa compreensão decorre uma maneira muito particular de efetuar o movimento dos olhos na leitura. A maneira de olhar uma página de texto escrito é muito diferente da maneira de olhar uma figura ou fotografia.
Sugere-se: brincar de ler: memorizar e recitar pequenos textos, apontando cada palavra correspondente à medida que a leitura é feita. Com bonitos versinhos, essa atividade pode tornar-se muito agradável.

Os eixos necessários à aquisição da língua escrita:
As capacidades selecio nadas estão organizadas em torno dos eixos mais relevantes para a apropriação da língua escrita:
(1) compreensão e valorização da cultura escrita;
(2) apropriação do sistema de escrita;
(3) leitura;
(4) produção de textos escritos;
(5) desenvolvimento da oralidade.

Fontes de Pesquisa: Pró-Letramento: Alfabetização e Linguagem, MEC - Alfabetização e Letramento, Magda Soares - Guia Teórico do Alfabetizador, Miriam Lemle – Internet

Apost.1.1 - Conceito de Alfabetização

A alfabetização, concebida como o conhecimento básico, necessário a todos num mundo em transformação em sentido amplo, é um direito humano fundamental. Em toda sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. Existem milhões de pessoas, que não têm a oportunidade de aprender nem mesmo acesso a esse direito. O desafio é oferecer-lhes esse direito. Isso implica pré-condições para efetiva educação, por meio da conscientização e do fortalecimento do indivíduo. A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas, culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante a vida.

Língua e ensino da língua: A língua é um sistema que tem como centro a interação verbal, que se faz através de textos ou discursos, falados ou escritos. Isso significa que esse sistema depende da interlocução (inter+locução = ação lingüística entre sujeitos).
Partindo dessa concepção, uma proposta de ensino de língua deve valorizar o seu uso em diferentes situações ou contextos sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de estilos e modos de falar. Para estar de acordo com essa concepção, é importante que o trabalho em sala de aula se organize em torno do uso e que privilegie a reflexão dos alunos sobre as diferentes possibilidades de emprego da língua.
Isso implica, certamente, a rejeição de uma tradição de ensino apenas transmissiva, isto é, preocupada em oferecer ao aluno conceitos e regras prontos, que ele só tem que memorizar, e de uma perspectiva de aprendizagem centrada em automatismos e reproduções mecânicas. Por isso é que uma adequada proposta para o ensino de língua deve prever não só o desenvol vimento de capacidades necessárias às práticas de leitura e escrita, mas também de fala e escu ta compreensiva em situações públicas (a própria aula é uma situação de uso público da língua).

Conceito de Alfabetização: Historicamente, o conceito de alfabetização se identificou ao ensino-aprendizado da “tecnologia da escrita”, quer dizer, do sistema alfabético de escrita, o que, em linhas gerais, significa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em “sons”, e, na escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais gráficos.
A partir dos anos 1980, o conceito de alfabetização foi ampliado com as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, particularmente com os traba-lhos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. De acordo com esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas (escrita) e fonemas (som) - a decodificação e a codificação, mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança, desde seus primeiros contatos com a escrita, construiria e reconstruiria hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida como um sistema de representação.
Progressivamente, o termo passou a designar o processo não apenas de ensinar e aprender as habilidades de codificação e decodificação, mas também o domínio dos conhecimentos que permitem o uso dessas habilidades nas práticas sociais de leitura e escrita. É diante dessas novas exigências que surge uma nova adjetivação para o termo – alfabetização funcional – criada com a finalidade de incorporar as habilidades de uso da leitura e da escrita em situa-ções sociais e, posteriormente, a palavra letramento.
Com o surgimento dos termos letramento e alfabetização (ou alfabetismo) funcional, muitos pesquisadores passaram a preferir distinguir alfabetização e letramento. Passaram a utilizar o termo alfabetização em seu sentido restrito, para designar o aprendizado inicial da leitura e da escrita, da natureza e do funcionamento do sistema de escrita. Passaram, correspondentemente, a reservar os termos letramento ou, em alguns casos, alfabetismo funcional para designar os usos (e as competências de uso) da língua escrita. |1
Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.
Tem-se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado abrangente à alfabetização, considerando-a um processo permanente, que se estenderia por toda a vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita. É verdade que, de certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido. Entretanto, é preciso diferenciar um processo de aquisição da língua (oral e escrita) de um processo de desenvolvimento da língua (oral e escrita); este último é que, sem dúvida, nunca é interrompido. Não parece apropriado, nem etimológica nem pedagogicamente, que o termo alfabetização designe tanto o processo de aquisição da língua escrita quanto o de seu desenvolvimento: etimologicamente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de “levar à aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir um significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza, na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da competên-cia em alfabetizar.

Toma-se, por isso, aqui, alfabetização em seu sentido próprio, específico:
processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita.

O processo de ensino-aprendizagem de leitura e escrita na escola não pode ser configurado como um mundo à parte e não ter a finalidade de preparar o sujeito para a realidade na qual se insere.